quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Jornal do CFM ignora dúvidas e questionamentos para condenar apressadamente a técnica


Auto-hemoterapia no Jornal do CFM




Jornal do CFM ignora dúvidas e questionamentos para condenar apressadamente a técnica



--- Walter Medeiros



Um ditado bastante conhecido cria um risco muito grande para quem busca e defende a verdade; aquele segundo o qual uma mentira muito repetira tende a se tornar verdade. Pois é dessa forma que o Conselho Federal de Medicina quer combater a auto-hemoterapia: através de mentira, da divulgação de informações incorretas e da defesa de posições parciais. Isto fica claro quando o “Jornal Medicina”, publicado pelo CFM, veicula em sua edição Nº 167, de dezembro de 2007, que a “Auto-hemoterapia não tem eficácia comprovada”. Em vista do Parecer Nº 12/07, que resultou de uma pesquisa feita pela metade, aquele órgão deveria ter o mínimo de postura ética e anunciar que ele, o Conselho, tem dúvidas sobre o assunto. Mas ao contrário leva à categoria dos médicos uma informação falsa, desconsiderando todas as falhas apresentadas sobre aquele documento.



O autor do Parecer, o médico Munir Massud é quem assina o artigo e afirma que “De acordo com o presidente do Conselho, Edson de Oliveira Andrade, o CFM promete rigor para os médicos que adotarem o procedimento”, adiantando que o presidente declarou que “Os que o praticarem deverão ser denunciados, para serem processados por isso”. Até então o presidente do CFM não tinha feito declarações sobre o parecer, que declara, raivosamente, sobre a auto-hemoterapia, que “Trata-se de uma falácia, que não tem valor científico e não pode ser aceita”, concluindo que “Cabe ao CFM alertar a população que isso não deve ser feito, pois pode vir a complicar a saúde do paciente".



Como se sabe, todas essas afirmações do Presidente do CFM e do autor do Parecer 12/07 são completamente suspeitas, tanto que o documento foi enviado para a ANVISA e este órgão não se deu por satisfeito, preferindo buscar outras opiniões, já que o Parecer do CFM não lhe dá segurança para decidir que providências adotar.



A matéria do “Jornal Medicina” confessa que “A Anvisa buscou a opinião das autoridades médicas sobre o procedimento porque essa terapia se tornou bastante popular: é oferecida a baixo custo, inclusive em farmácias”. O representante do CFM, com sua imaginação fértil, diz que existiria “a promessa de curas milagrosas para doenças graves como câncer e aids - o que não é comprovado pela ciência, de acordo com o parecer (o seu parecer, baseado em pesquisa incompleta feita principalmente em abstracts de uma só base de pesquisa)”.



Deixando transparecer a verdadeira importância que a auto-hemoterapia vem assumindo na sociedade brasileira, o artigo a considera que, “definida como tratamento de certas doenças pela retirada e nova injeção do sangue no próprio paciente, vem sendo utilizada indiscriminadamente, o que preocupa o governo”. Num estudo notadamente superficial, o parecerista diz que constatou, sobre a auto-hemoterapia, que "não há comprovação de sua efetividade, nem de sua segurança". Toda essa formulação vêm confrontar com o trabalho do Dr. Luiz Moura, o grande divulgação da auto-hemoterapia, cujo trabalho já beneficiou milhares de pessoas, basta ver o que dizem os depoentes no Fórum sobre Auto-hemoterapia (http://inforum.insite.com.br/39550/ . Mas Dr. Luiz Moura não está só.



OS MÉDICOS DISCORDAM



O médico Alex Botsaris, do Rio de Janeiro, assina artigo veiculado no site VIA ESTELAR, com o título de “Auto-hemoterapia é um tratamento ainda experimental”, no qual diz que “É preciso fazer uma avaliação equilibrada sobre a auto-hemoterapia”. Ao contrário do que está colocado no parecer do CFM, o médico - autor de livros como “Sem Anestesia”, que teve grande repercussão na área de saúde – afirma que “não é verdade que essa terapêutica não tenha nenhum fundamento, nem que não haja nenhum trabalho publicado sobre ela na literatura mundial ou nacional, como afirma a SBHH” (Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia). Ele define a Auto-hemoterapia como “um recurso terapêutico simples que consiste em retirar sangue de uma veia e aplicar no músculo”.



Por sua vez o médico paraibano Júlio Bandeira defende e recomenda a auto-hemoterapia. Ele conta que teve o primeiro contato com esse procedimento ainda na década de 1940. Dr. Júlio afirmou ao jornal Correio da Paraíba conhecer vários relatos de tratamentos bem sucedidos com a utilização da terapia médica. “Eu sou defensor da medicina natural e, também, percebo na auto-hemoterapia um recurso fácil e barato. Além disso, não vejo nenhum risco que ela possa oferecer aos pacientes, porque eles deverão ser acompanhados por algum médico que utilize o método e possa orientá-los” destacou.



Também o médico mineiro Ronaldo João, que exerce a profissão há 32 anos e atende no município mineiro de Sete Lagoas, Minas Gerais, afirma que o assunto auto-hemoterapia causa polêmica porque “parece que a ANVISA e as instituições que congregam médicos e para-médicos se fazem de cegos e surdos para não verem e ouvirem o que é evidente, pois quem sabe de seus males é o paciente e são centenas de milhares que nesses 105 (cento e cinco) anos de existência do tratamento relatam melhoras e curas.”. O médico acrescenta que “Isto nos entristece, porque esse tratamento, apoiado por estas entidades seria a redenção da saúde pública nacional tão combalida nos dias de hoje.



“Qualquer médico no mundo com um mínimo de conhecimento de imunologia, hematologia, clínica médica e bom senso deva admitir que a auto-hemoterapia funcione baseada em evidências clínicas (prática aceita pela medicina atual).” A afirmação é do médico Marcus Mac-Ginity, gaúcho de Porto Alegre, que atua em clínica e pediatria há mais de 20 anos, morando e trabalhando na cidade baiana de Rio Real, situada na divisa com Sergipe.



Perito do INSS e pediatra, o médico Tarcísio Gurgel de Souza, de Natal, fez uma avaliação do material que dispunha sobre auto-hemoterapia e opinou que os dados disponíveis ainda são mínimos, mas deposita credibilidade nos informantes. Ele acrescenta que a auto-hemoterapia funciona porque “os neutrófilos se defendem a princípio sem saber quem são os ‘invasores’ e conseqüentemente se multiplicam em defesa do seu ‘criador’ e de uma maneira imediata o beneficiam ao seguir caminhos diferentes e também de maneira indireta”. E acrescentou que “A indústria farmacêutica indubitavelmente treme ao ouvir falar neste assunto; é como o prenúncio da chegada de um tsunami.”



A GRANDE TESTEMUNHA



Um médico estudioso e sem preconceitos, Dr. Francisco das Chagas Rodrigues fez, a meu pedido, uma leitura de todo material que disponibilizamos na Internet desde que o FANTÁSTICO abordou o assunto auto-hemoterapia, em abril de 2007. Sua conclusão foi surpreendente. Ele percebeu e afirma que “a ‘arte’ de curar que caracteriza a medicina estava fortemente agredida.”. E acrescenta: “Não vi nenhum paciente queixoso da referida técnica; pelo contrário, diversos relatos não contestados de benefícios”. Ainda segundo o médico, “O que foi argumentado para diminuir a importância da técnica foi um efeito placebo sugerido, mas não comprovado. E se comprovado... que mal há? Não trouxe o bem? Inclusive o próprio placebo tem a sua aplicação em Medicina.”.



Dr. Rodrigues é psiquiatra do Rio Grande do Norte, que fez uma avaliação completa do assunto e relata: “O que achei mais interessante é que existem muitos pacientes em todo o Brasil que utilizam a técnica e que os Conselhos de cada estado poderiam ter solicitado o testemunho dessas pessoas.”. “Ora, - observa - se é para a população que os Conselhos prestam serviço na fiscalização dos atos médicos, parece que a grande testemunha foi deixada de fora.”



O mastologista Eliel Souza, também de Natal-RN é mais um médico que falou sobre a auto-hemoterapia, afirmando que “Seria providencial estimular pesquisas nas universidades públicas para definições embasadas na ciência e nas evidências com a criação de protocolos e normatização das prescrições, evitando assim que a terapêutica caia no descrédito”. A opinião foi postada em comentário ao artigo “A notícia que ninguém publicou”, no Observatório da Imprensa. O link para a mensagem é http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=466FDS006. Dr. Eliel opinou que “Esta campanha é fundamental”, observando que “Obviamente que ela contraria inúmeros interesses (principalmente aqueles da poderosa indústria farmacêutica)”. Segundo ele, aquela poderosa indústria “inclusive pode estar influenciando decisões em setores que deveriam ser “blindados” a tais ingerências.”



Em São Paulo, o médico paulista Gilberto Lopes da Silva Júnior anunciou em artigo no Diárioweb, de São José do Rio Preto, que não pode deixar de recomendar que as pessoas experimentem a auto-hemoterapia. Ele reconsiderou resposta dada anterior, quando foi questionado recentemente sobre o valor da técnica e mostrou-se totalmente descrente. Agora ele afirma que “pesquisando melhor e tendo conhecimento que esse procedimento foi idealizado e testado em animais pelo Professor Jesse Teixeira, não posso deixar de reconsiderar e recomendar”.



Depois de todos esses depoimentos, perguntamos: seria possível ao Conselho Federal de Medicina continuar dizendo que fala em nome dos médicos do Brasil? Parece que está havendo uma falta de sintonia. É razoável, portanto, querer que um órgão do status do CFM para afirmar que uma terapia não teria valor científico, apresentasse um parecer com valor científico incontestável.

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